Em ação para impulsionar o uso da realidade virtual no ambiente jurídico brasileiro, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o escritório Peixoto & Cury promovem nesta quinta-feira (21/7) o Metaverse Moot Experience, competição que simulará uma arbitragem no Metaverso.
No experimento, alunos de Direito da PUC-SP e da FGV-SP participarão pela primeira vez de uma simulação de procedimento arbitral no Metaverso, nova aposta no meio jurídico para criar mercados alternativos com base no uso de avatares e ambientes digitais seguros.
Ricardo Dalmaso, Diretor Jurídico da Meta (Facebook) para América Latina e Canadá., será um dos árbitros, ao lado de Eliana Baraldi, presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem das Sociedades dos Advogados da OAB-SP, e do advogado José Nantala Bádue Freire.
A arbitragem é uma forma de Justiça privada pela qual empresas resolvem disputas sem apelar ao Poder Judiciário, de forma a obter resultados mais rápidos e consensuais. Normalmente envolve disputas empresariais de grande porte, que poderiam passar décadas na Justiça sem resolução.
Por que no Metaverso?
Segundo o advogado José Nantala Bádue Freire, um dos organizadores do evento, o Metaverso traz vantagens em relação ao ambiente de sessões de videoconferência comuns porque “efetivamente melhora a experiência para o usuário e para os árbitros” com a imersão, trazendo um salto de qualidade no procedimento arbitral.
Para Nantala, nada substitui as sessões físicas, mas a tendência é a consolidação de sessões virtuais devido à sua conveniência e menor custo. Com a consolidação dessa nova realidade, o uso de avatares e imersão no Metaverso podem aprimorar o sistema, ao manter as vantagens do ambiente virtual e contornar alguns inconvenientes das sessões de videoconferência comuns, onde os usuários convivem com distrações de vários tipos e têm menos interação com o ambiente de julgamento.
Já Eliana Baraldi, ressalta que a imersão no Metaverso ajuda a isolar os participantes de influências externas, o que melhora a qualidade do julgamento e também a credibilidade de depoimentos. “Em um ambiente de videoconferência comum, a testemunha pode estar sendo orientada por alguém de fora, recebendo mensagens de texto. No Metaverso isso não acontece”, explica.
Sócio do Peixoto & Cury Advogados, José Ricardo de Bastos Martins ressalta que a transformação que a tecnologia está causando nos negócios dos clientes do escritório é irreversível. “Precisamos entender essas transformações e vivenciar seu impacto”, avalia.
O advogado ressalta que as faculdades também estão atentas a essas novas ferramentas. “Escritórios de advocacia estão preocupados em formar e reter talentos. Então tentamos ser inovadores numa carreira que é tradicional.”
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-jul-19/evento-reune-estudantes-simulacao-arbitragem-metaverso